Colégios Vicentinos

PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA NA CIDADE DE SÃO PAULO

Irmã Enir

Segundo estatística da Prefeitura, antes da pandemia, há um ano e tanto, a população de rua na cidade de S. Paulo era pouco mais de 24 mil pessoas. Hoje não temos ainda estatística atualizada dos órgãos públicos. No entanto, grupos e organizações sociais que trabalham diretamente com pessoas em situação de rua, estimam que essa população esteja hoje em torno de 60 mil. Desde o inicio da pandemia podemos constatar que em todos os cantos, ruas e praças da cidade de S. Paulo, há jovens, idosos e famílias inteiras vivendo ao léu.

Essas pessoas que andam de um lado pra outro pelas ruas buscando um canto para passar a noite ou que batem às nossas portas pedindo comida ou, como dizem vozes ocultas, nos “atrapalhando nas calçadas” são pessoas humanas, vítimas do desemprego, de problemas familiares, pessoas desprovidas de tudo o que é necessário para uma vida digna. 

E a Cracolândia?

É uma chaga social no coração da cidade, a céu aberto, um submundo humano, onde sobrevivem em condições de extrema miséria, adolescentes, jovens, adultos, homens e mulheres, LGBTQIA+, brancos e negros oriundos de todas as classes sociais.

Mas quem são os que vivem na Cracolândia?

São pessoas normais como todos nós. Gente que um dia por convite de amigos da escola, ou de barzinhos ou colegas de trabalho experimentaram a droga e acabaram se viciando; tornando-se dependentes a ponto de não conseguirem deixar o vício. Na Cracolândia funciona, um verdadeiro mercado, continuamente abastecido dos mais variados tipos de alucinantes: maconha, cocaína, crack e outros. Ali, além dos usuários e traficantes há gente grande que se enriquece cada vez mais, que ali chegam ostentando luxo, em busca do misterioso ópio, para consumir ou traficar.

A grande e impertinente pergunta! Como acabar com a Cracolândia? Isso é em primeiro lugar, tarefa dos governantes através da criação de politicas públicas. Há  pessoas e grupos que fazem alguma coisa de maneira pontual, o que é muito bom, mas é necessário um ação em conjunto entre poder público e sociedade.

O Centro de Convivência S, Vicente de Paulo que se localiza na mesma Alameda Dino, porém, no outro extremo da Cracolândia e que acolhe, sobretudo idosos em situação de Rua, atende também os dependentes da Cracolândia, pois a missão das Irmãs Vicentinas é ajudar os mais pobres.                                                                                                                        

Testemunho de um dependente:

“Chamo-me Valdecir, tenho 25 anos. Na idade de meus 14 anos, motivado por um colega, provei a droga achando que ela resolveria alguns probleminhas da minha adolescência. Tudo começou com uma pequena dose e acabei ficando totalmente dependente. Os problemas aumentando e eu sendo causa de sofrimento para minha família. Vocês meus jovens, nunca caiam nessa de experimentar a droga. Ela acaba com você”.

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